terça-feira, 20 de outubro de 2009

"Lê a Bíblia e perde a fé"




"... no Catolicismo os pecados são castigados com o Inferno eterno. Isto é completamente idiota!". "Nós, os humanos somos muito mais misericordiosos. Quando alguém comete um delito vai cinco, dez ou 15 anos para a prisão e depois é reintegrado na sociedade (????).
Mas há coisas muito mais idiotas, por exemplo: antes, na criação do Universo, Deus não fez nada. Depois, decidiu criar o Universo, não se sabe porquê, nem para quê. Fê-lo em seis dias, apenas seis dias. Descansou ao sétimo. Até hoje! Nunca mais fez nada! Isto tem algum sentido?"

José Saramago sobre seu novo livro "Caim".


É ... Deus está em cada um de nós .. cada um com seu quinhão!

Fergos 20/10/09

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

TRICOLOR EM DIA DE JOGO!

Enviado por Meirelles


Porra, véi... dia bonito da porra que fez domingo. Levantei cedo pra caralho. Quando abri o olho, tava batendo 11:30 no relógio. Dei uma espiada na broca da parede e vi o solzão virado no estopô. Balancei a nêga do meu lado e disse arinhosamente: "Acorda, porra. Acorda nessa desgraça que a gente vai quebrar essa gelada na praia antes de ir pra Pituaço".

Como era um dia muito especial pra mim, resolvi levar a sacaneta pruma praia de bacana. Jardim de Alá. Ou como diz meu bróder Obama:"God´s Garden". Peguei meu ingresso, o dinheiro do buzú e me piquei com a neguinha.
Normalmente eu escolho a barraca que eu vou ficar pela trilha musical. A que tiver tocando o som mais nigrinhagem, é a que eu fico. Fui passeando entre as barracas e comecei a ouvir um som que eu não escutava há uns 10 anos. Um repertório que ia do antigo Gera-Samba, passando por Neon do Samba, Pagolada, Feras Potentes e finalizando com o show do Kiribamba LIVE em Juiz de Fora (MG). Só os clássicos.
"A capenguinha, a capenguinha, a capenguinha, a capenguinha, a capenguinha, a capenguinha quer andar. A capenguinha quando não tá de muleta, ela pega no porrete pra poder se equilibrar..."
Era esse o nível do som. Puro jazz. Bom pra caralho.
O nome da barraca era Ponto G. Pronto. Achei a porra do Ponto G. Pelo menos uma vez na minha vida eu achei essa porra. Com um nome desse, não tive dúvida. É aqui mermo.
Pedi logo uma gelosa e uma dúzia de lambreta. O lugar era muito bacana. Várias gostosas. O único mal é que tinha muito pombo. Parecia o Barradão, a porra.
Tava tudo muito de fuder até a hora que encontrei Marquinho Sabonete.
Sabonete é um torcedor do vice. Ele tem esse apelido porque, dizem as más línguas, quando ele serviu ao exército, foi tomar banho, deixaram cair um sabonete e ele foi catar do chão. Depois desse incidente, o bicho ficou manco. Não sei porquê.
O fato é que o sacana resolveu tirar sarro com a minha cara. Disse que eu não tinha estádio. Que tava a não sei quanto tempo sem ganhar porra nenhuma e todas aquelas merdas que a gente tá acostumado a ouvir dos vices. E pra fuder com tudo, ainda disse que a gente ia tomar pau do Ipitanga!! Aí eu pirei. Mandei ele repetir o que ele disse:
- Repita aí o que você falou, véi..
- O Jahia vai tomar de 1 a zero do Ipitanga - o filadaputa repetiu.
- Repita aí de novo, véi...
- Tá surdo, porra gordo?? o Jahia vai tomar gude preso do Ipitanga.
Rapaz... o sangue me subiu à cabeça. E a nega dizendo "calma, calma". O garçom dizendo "segura o gordo". E a baiana de acarajé dizendo "fudeu!!". E o pombo dizendo "gurururu, gurururu...." aí eu explodi.
- Ó seu viado desgraçado filadaputa corno manco do cu brocado. O Bahia hoje vai meter de 4 que nem fizeram com você no quartel, sinhá nisgraça. Só vou apostado, miserável!!
- Bora!! Pra cada gol do Bahia, uma grade pra você. Pra cada gol do Ipitanga, uma grade pra mim.
Eu não sei se o sacana tava bebo ou maluco. Só sei que aceitei a porra da aposta doida do fornecedor de briôco.
Saí virado na porra da praia. Já era dez pras três e eu ainda tinha que pegar a zorra do buzú pra Pituaço. As palavras de Sabonete ecoavam na minha cabeça... mas o Bahêa não ia me decepcionar. Não dessa vez.
Cheguei lá no estádio e me arrepiei de ver a massa tricolor. Puta que pariu. Coisa linda demais. A cidade é nossa, galera. Agora temos 2 estádios!! Um numa ponta (a boa e velha Fonte) e o outro na outra ponta da cidade. E que estádio. PituAÇO é lindo pra caralho. Me senti numa Copa do Mundo. Sem putaria nenhuma.
Hino do Brasil, Placar eletrônico de última geração, helicóptero jogando pétalas brancas, vermelhas e azuis... um SHOW!
Fui pegar logo meu copão de cerveja. Cerveja cara da porra!! 3 real lá dentro. E o balcão também era meio apertado, mas vamo nessa. Começou o jogo. O Ipitanga na pressão e eu ouvindo a voz de Sabonete na minha cabeça... "O Jahia vai tomar cacete" porra... será que vou ter que pagar engradado praquele viadinho??
Minha cerveja acabou. Mandei a nêga pegar outra pra mim. Foi ela subir a zorra da escada que eu só vi Élton matar a bola na coxa e meter um tirambaço pro fundo da rede!! GOOOOOOL DO BAHIA MINHA PORRAAAA!!!! AHAHAHAHA!!! UMA GRADE!!!! UMA GRADE!!!! UMA GRADE!!!!
Fiquei feliz pra caralho!!! Pena que a nêga não viu o gol... pena uma porra!!! Vai ver foi isso!!! Ela tava dando azar, a miserável.
Ela voltou com um copão e fiquei vendo o jogo. O Bahia até que melhorou. Vai ver é viagem da minha cabeça. Deixa a nêga quieta curtindo o jogo do tricolaço.
Só que aí o Ipitanga desceu num contra-ataque virado na porra. O sacana do atacante chutou a queima roupa e Marcelo espalmou. O cara chutou de novo e Marcelo defende novamente. Caralho! Que sufoco.
E pra fuder com tudo, meu copo ficou vazio.
- Neguinha.... pega outra pra mim?
Quando eu peço assim cheio de carinho, num tem não certo... a nêga faz tudo que eu quero. Lá foi ela pegar outra cerva.
Fiquei olhando ela subir pra pegar a cerveja. E não é que quando ela sumiu da multidão, Hélton Luiz recebe um passe da porra, sai picado, deixa dois zagueiros pra trás e BROCA!!! GOOOOOOOOOOLLLL DO BAHIA, PORRA!!!! DUAS GRADES!!! DUAS!!! DUAS GRADES!!!!
É grade pra caralho!!! Eu nem queria mais a cerveja que a nêga foi pegar. Fica lá, mizéra!!! Já tenho 2 grades!!! AHAHAHAHAHAHAH!!!
Mas aí ela voltou cheia de chamego. Me deu um beijo na boca, entregou meu copão e a gente ficou curtindo o intervalo juntinho. Feliz da vida.
Aproveitei também o intervalo pra bater o mijão. Porra véi... banheiro de primeiro mundo. Mijar em mureta nunca mais. A porra limpinha, véi. Bonito pra caralho. Naquele dia eu tava achando tudo lindo! Até mictório.
Nada de mijar na mureta, viu, porra??
Começa o segundo tempo. O Bahia só administrando. Naquele reme-reme. Naquele toquinho pra cá, toquinho pra lá. Deu uns 20 minutos e a nêga percebeu que meu copão tava vazio.
- Quer tomar, mais uma, preto?
- Porra, nêga... pegue lá pra mim, vá...
E lá foi ela. Com aquele bundão pra lá e pra cá. Eu fiquei lá olhando aquele bundão lindo subindo a escada. Hipnotizado. Aí ela sumiu. Quando voltei o olho pro campo, tava rolando um bafafá na área do Ipitanga, a bola sobra pra Hélton Luiz e.... saco!!! 3 grades de cerveja. Na moral... comecei a ficar com pena de Sabonete. Ô, meu Deus. O desgraçado vai ter que falar com a moça nos balcões BPN da Insinuante e pedir um empréstimo pra pagar minha aposta. Fale com a moça, filadaputa!!
A nêga tava demorando dessa vez. Mal terminei de comemorar o terceiro, quando o pequeno Ananias broca mais um. Quatro. Quatro a zero, papá!!! Quatro grades de pura alegria!! Eu tinha cantado a pedra. Sabonete tomou no cu. Dessa vez não foi literalmente. Mas deve ter doído pra caralho do mesmo jeito.
Neguinha chegou com a minha cerveja na hora de um pênalty do Ipitanga. Só que o dia era do Bahia. Pituaçu era do Bahia. O sacana mandou a bola lá na casa da porra.
A torcida era só alegria. "Rubro-negro otário!! Enfie no cu seu aterro sanitário!!!". Era só o que se ouvia na saída do estádio. "Vamos torcer pro Bahia ser campeão, em Pituaçu meu Caldeirãoooo!!!". Caldeirão mermo. Aquela porra ferveu, véi. E se você não foi, vá!!! Porque é bom demais. E arranje um otário rubro-negro pra apostar umas grades. Eu já ganhei quatro, pai véi!!!
BORA BAHÊA, MINHA PORRAAAAAAAA!!!!

Mulheres de 30 anos

Enviado por Germas


Isto é para as mulheres de 30 anos pra cima .. E para todas aquelas que estão entrando nos 30, e para todas aquelas que estão com medo de entrar nos 30…
E para homens que têm medo de meninas com mais de 30!!!

A medida que envelheço, e convivo com outras, valorizo mais as mulheres que estão acima dos 30. Estas são algumas razões do porquê:

- Uma mulher de 30 nunca o acordará no meio da noite para perguntar: “O que você está pensando?” Ela não se importa com o que você está pensa, mas se dispõe de coração se você tiver intenção de conversar.

- Se a mulher de 30 não quer assistir ao jogo, ela não fica à sua volta resmungando.
Ela faz alguma coisa que queira fazer. E, geralmente è alguma coisa bem mais interessante.

- Uma mulher de 30 se conhece o suficiente para saber quem é, o que quer e quem quer. Poucas mulheres de 30 se incomodam com o que você pensa dela ou sobre o que ela esta fazendo.

- Mulheres dos 30 são honradas. Elas raramente brigam aos gritos com
você durante a ópera ou no meio de um restaurante caro. É claro, que se você merecer, elas não hesitarão em atirar em você, mas só se ainda sim elas acharem que poderão se safar impunes.

- Uma mulher de 30 tem total confiança em si para apresentar-te para suas melhores amigas. Uma mulher mais nova com um homem tende a ignorar mesmo sua melhor amiga porque ela não confia no cara com outra mulher. E falo por experiência própria. Não se fica com quem não confia, vivendo e aprendendo né???

- Mulheres se tornam psicanalistas quando envelhecem. Você nunca precisa confessar seus pecados para uma mulher de 30. Elas sempre sabem….

- Uma mulher com mais de 30 fica linda usando batom vermelho. O mesmo não ocorre com
mulheres mais jovens.

- Mulheres mais velhas são diretas e honestas. Elas te dirão na cara se você for um idiota, se você estiver agindo como um!

- Você nunca precisa se preocupar onde se encaixa na vida dela. Basta agir como homem, e o resto deixe que ela faça;

- Sim, nós admiramos as mulheres com mais de 30 por um “sem” números de razões.
Infelizmente, isso não é recíproco. Para cada mulher de mais de 30, estonteante,
inteligente, bem apanhada e sexy, existe um careca, velho, pançudo em calças amarelas bancando o bobo para uma garçonete de 22 anos.

Senhoras, EU PEÇO DESCULPAS: Para todos os homens que dizem, “porque comprar uma vaca se você pode beber o leite de graça?”, aqui está a novidade para vocês:
Hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento, sabe por quê? Porque as mulheres perceberam que não vale a pena comprara um porco inteiro só para ter uma lingüiça.

Nada mais justo.


Arnaldo Jabor

INDIGNAÇÃO DO ESPORTE CLUBE VITÓRIA

O Esporte Clube Vitória, tradicional clube da Bahia, ingressará, na semana que vem (4ª feira), com processo na justiça desportiva brasileira contra a gigante da informática, Microsoft.

O motivo, segundo os dirigentes o clube, é que a Microsoft estaria usando um slogan do time em aplicativos como o Word, PowerPoint e até mesmo o Excel.

Um dos advogados do clube explica: "Sempre que um programa da Microsoft é inicializado, o nome do arquivo é "Sem Título".

O Vitória se sente lesado ao ter um slogan tão seu, tão identificado com a história dele no futebol mundial, ser utilizado com fins lucrativos por uma empresa como a Microsoft".

"Vamos até as últimas conseqüências!" - Disse o representante rubro-negro.

Bill Gates não quis comentar o assunto ...

DESABAFO DE UMA MULHER MADURA

Enviado por Jo Felix

Quando menina esperava um dia ter um namorado... seria bom se fosse alegre e amigo...

Quando tinha 18 anos, encontrei esse garoto e namoramos; ele era meu amigo, mas não tinha paixão por mim. Então percebi que precisava de um homem apaixonado, com vontade de viver, que se emocionasse..

Na faculdade saía com um cara apaixonado, mas era emocional demais. Tudo era terrível, era o rei dos problemas, chorava o tempo todo e ameaçava suicidar-se. Descobri então, que precisava de um rapaz estável.

Quando tinha 25 anos encontrei um homem bem estável, sabia o que queria da vida; mas era muito chato: queria sempre as mesmas coisas - dormir no mesmo lado da cama, feira no sábado e cinema no domingo. Era totalmente previsível e nunca nada o excitava. A vida tornou-se tão monótona que decidi que precisava de um homem mais excitante.

Aos 30, encontrei um tudo de bom, brilhante, bonito, falante e excitante, mas não consegui acompanhá-lo. Ele ia de um lado para o outro, sem se deter em lugar nenhum. Fazia coisas impetuosas, paquerava com qualquer uma e me fez sentir tão miserável, quanto feliz. No começo foi divertido e eletrizante, mas sem futuro.

Decidi buscar um homem com alguma ambição para com ele construir uma vida segura. Procurei bastante, incansavelmente...


Quando cheguei aos 35, encontrei um homem inteligente, ambicioso e com os pés no chão. Apartamento próprio, casa na praia, carro importado... solteiro e sem rolos! Pensei logo em casar com ele. Mas era tão ambicioso que me trocou por uma herdeira...

Hoje, depois de tudo isso, aos 40 anos, gosto de homens com pinto duro...E só!

Nada como a simplicidade...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

sexta-feira, 22 de maio de 2009

INVERNO NO INFERNO



Salvador é uma cidade que, normalmente, quem conhece não quer mais ir embora. Tem praias maravilhosas, comidas deliciosas, já foi cantada por muitos artistas, seu povo é hospitaleiro por excelência, e tem aquela máxima de que “é verão o ano todo”. Mas num é bem assim. Hoje, por exemplo, eu vivi uma verdadeira odisséia para conseguir completar um percurso que normalmente faço em 20 min: de minha casa para o trabalho.

Eu sou uma pobre meio metida. Num tenho um puto no banco, ganho mal (rzs), num tenho “paitrocinador”, mas só freqüento as melhores festas, uso as melhores marcas, vou nos melhores bares e nas melhores academias e tenho os melhores amigos. Num tenho carro, mas só ando de carrão, isso porque a maioria dos meus amigos tem carro e sempre me dão carona, de forma que, dificilmente pego um buzú.
Mas hoje, justamente hoje, com aquela chuva sacana que caiu durante toda madrugada e continuou durante o dia transformando a rua num rio, minha grande amiga e colega de trabalho que mora no mesmo bairro que eu, resolveu levar o carrão dela na concessionária. Logo, fiquei sem carona e tive que “paletar” até o ponto de ônibus. Reparem a minha labuta.

Jó, minha amiga porreta que quebra meu galho e me leva e trás todo dia, de casa pro trabalho, do trabalho pra casa (e pros “regues”), tinha me avisado na noite anterior que não me buscaria em casa porque o carro tava necessitando de revisão, então ela iria aproveitar a manhã de sexta pra levá-lo até a concessionária. Dormi rezando para que não chovesse. Em vão. Acordei com o maior “toró” (expressão que significa: chuva forte da porra). Quando abri a janela do quarto que olhei pra baixo: – “eita porra!!!!!”. O estacionamento do condomínio tava cheio d’água, mas ainda tinha uns trechos que davam pra passar. Resolvi me apressar pra que a chuva não piorasse.
Coloquei uma calça jeans, camiseta, tênis uma blusa de frio (só pra proteger o corpo da chuva, já que o calor continuava o mesmo), peguei she-ha (minha sombrinha) e saí.
Anselmo, o porteiro, todo encapotado, se encolhendo todo, com as mãos de baixo dos braços cruzados– numa posição clássica de “braw” - dentro da guarita do prédio, já começou a me zoar: - justo hoje vai de buzú??? Se lenhou! Não perdi minha educação e mandei pra ele um “bom dia” mais ou menos assim: “vá se lascar Anselmo”, e me piquei.
A rua que desce o condomínio, ainda tava tranqüila - apesar das crateras estarem submersas, fazendo vários motoristas que não conhecem a sua realidade, sucumbirem com os carros nos buracos, jogando água nos que passavam na rua. Uma mulher que ia á minha frente tentou correr pra não ser atingida, mas não deu tempo. O carro passou em um buraco jogando aquela água suja (um misto de lama, água e esgoto), encharcando a mulher toda.
Ela parou se esticou toda (jogou a sombrinha pro alto), olhando de cima pra baixo o estrago na sua roupa e gritou: VIAAAAAADO. Eu ajudei: VIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAADO – pra ser solidária com a criatura - mas por dentro tava rindo pra porra. É foda, mas é engraçado!
Ela voltou, praguejando contra a humanidade(certamente pra casa, pra trocar a roupa) e eu segui.
A rua principal era o verdadeiro Rio Joanes.
Os carros pequenos se aventuravam (tudo que é pequeno é ousado. Me lembrei até de um cachorro pequenês quando vi um Ford K passando. Só dava pra ver a cabeça da motorista toda esticada lá dentro). Os ônibus quando passavam geravam verdadeiras tsunamis enormes quase cobrindo os carros pequenos.



Como é que vou atravessar essa zorra? Me lembrei que um pouco mais adiante, tem um quebra-mola monstruoso e fui pra lá. Esperei quase 20 min de carros e ônibus passando, jogando água pra todo canto, até que finalmente consegui chegar do outro lado. Já ia cantando vitória por ter conseguido chegar à orla, com a rua alagada daquele jeito, sem ter me molhado, quando passou um exú-aquático-mirim indo pra escola (todo embrulado numa capa de chuva amarela) numa bicicleta, me molhando as pernas. O “satanazinho” ainda saiu rindo. Desejei que ele se "disgraçasse" todo, no primeiro buraco.
Quando finalmente cheguei na orla é que a “dirgaceira” se deu: um festival de sombrinhas pelo avesso, criaturas de cabelo-de-verão correndo pro ponto, protegendo a cabeça com bolsas, casacos, pastas(É por isso que eu adoro meus cachos!). Outras, mais calmas, passavam gloriosas, com as cabeças envoltas por sacolas plásticas do bom preço. O importante era não molhar a “capulca” (palavra muito falada por Larissa, que significa Cabelo).

Fiquei no único ponto de ônibus em Salvador que não foi trocado por aqueles de vidro bonitinhos (projetados por um tal urbanista francês, que num protegem porra nenhuma), aqueles antigos de concreto armado, cheio de goteiras e ameaçando cair a qualquer momento.



Depois de mais de meia hora, peguei um buzú cheio – achei até que estava num país nórdico. Os loucos daqui dessa cidade são todos sugestionáveis. Basta cair uma chuvinha mais forte e a “TV” anunciar que chegou uma frente-fria, que eles levam ao pé da letra, desengavetando as calças moletom, os casacos de couro “falsiê”, os gorros dos times do coração (até cachecol eu vi). Um verdadeiro circo.
As janelas todas fechadas. O povo chega tremia de frio.
Mas que frio? Eu com um calor da porra, suando, a sombrinha gigante pingando, a bolsa pesadona (tinha colocado a roupa da academia, um suquinho, biscoitinho e um livro pra ler no ônibus – piada, né?!) fazendo o maior malabarismo pra tirar minha blusa de frio naquele espaço apertado, respirando aquele ar abafado. Fui ganhando espaço à cotoveladas (minha altura ajudou) e colei junto do cobrador (o único ser humano normal dentro daquele expresso do inferno) que abriu a janela dele. Pelo menos dava pra respirar.

E o engarrafamento? O ônibus não andava. O transito não andava. Nada andava. E a chuva desabando.

Depois de quase 1 hora, finalmente cheguei ao meu destino.

Enquanto escrevo, com um olho na tela do computador e outro na janela da sala, verifico que a chuva continua. Fico pensando: E de noite, como será minha volta pra casa?



fergos 22/05/09